quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

A BRISA DA SOLIDÃO


 
Esvaem-se do meu peito, palavras aladas a perderem-se, neste céu de anil vestido.

O horizonte, afaga um mar ludibriante, de raiva e docilidade.

As minhas palavras, são aniquiladas pelas trevas do desespero, emolduradas pelo silêncio a percorrer esta imensidão, retalhada pela cálida e melancólica ânsia, de voar nas asas do vento cioso de desejo.

Agora, sou uma amálgama, fecundada num emaranhado de vontades órfãs, a desdobrar os dias, sem encontrar o norte.

Aqui fico imóvel, contemplando o convés de sonhos náufragos, encalhados na bruma da ilusão, desabrochada numa epopeia vestida de tirania, de mãos implacáveis, que trespassam um peito despojado, brotando um tenebroso silêncio de ausência.

 

DIOGO_MAR

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