sábado, 1 de abril de 2017

A VERDADE DO ENGANO


 
Não vejo necessidade em haver um dia dos enganos, já que a nossa vida é um verdadeiro engano.

Desde que nascemos, alguns por engano, até ao fim desta travessia terrena, somos obrigados quer de forma activa ou passiva, a enganarmos e ser enganados.

Desempenhamos um papel, de atores no palco da vida, no qual não nos revemos em larga percentagem.

Asfixiamos de engano, vivemos frustrados de engano.

O engano tem tanto de balsâmico, como castrador, no entanto temos que fazer um exercício aturado esmiuçando onde acaba o engano, e onde começa a mentira, que em muitas vezes se diluem, em indivíduos de personalidade e carácter pantanosos.

O engano institucionalizou-se, disseminou-se feito praga de forma avulsa.

Não faltam por aí vendedores de sonhos enganados.

Damos carta branca a mentira, para de seguida dizer: olha, foi engano!

Acreditamos por engano, sofremos por engano, somos felizes enganando-nos.

Vamos à exaustão para destrinçarmos o engano da mentira, depois, de forma infrutífera, acabamos resignados nas redes do ópio do engano.

Há muita ambiguidade e premeditação no engano para desculpabilizar palavras e actos condenáveis, mas que ficam sob a capa de protecção de ter sido engano.

Não sei se me enganei a escrever estas linhas, mas sempre vos digo:

Desculpem:

Não foi de todo engano!!!

 

DIOGO_MAR

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