Não vejo necessidade em haver um dia dos enganos, já que a
nossa vida é um verdadeiro engano.
Desde que nascemos, alguns por engano, até ao fim desta
travessia terrena, somos obrigados quer de forma activa ou passiva, a enganarmos
e ser enganados.
Desempenhamos um papel, de atores no palco da vida, no qual
não nos revemos em larga percentagem.
Asfixiamos de engano, vivemos frustrados de engano.
O engano tem tanto de balsâmico, como castrador, no entanto
temos que fazer um exercício aturado esmiuçando onde acaba o engano, e onde
começa a mentira, que em muitas vezes se diluem, em indivíduos de personalidade
e carácter pantanosos.
O engano institucionalizou-se, disseminou-se feito praga de
forma avulsa.
Não faltam por aí vendedores de sonhos enganados.
Damos carta branca a mentira, para de seguida dizer: olha,
foi engano!
Acreditamos por engano, sofremos por engano, somos felizes
enganando-nos.
Vamos à exaustão para destrinçarmos o engano da mentira,
depois, de forma infrutífera, acabamos resignados nas redes do ópio do engano.
Há muita ambiguidade e premeditação no engano para
desculpabilizar palavras e actos condenáveis, mas que ficam sob a capa de
protecção de ter sido engano.
Não sei se me enganei a escrever estas linhas, mas sempre
vos digo:
Desculpem:
Não foi de todo engano!!!
DIOGO_MAR
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