quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

CONTRAMÃO


 
Serpenteio caminhos onde levitam vontades emolduradas em saudosismo.

Ziguezagueante desfiro paços trôpegos e cambaleantes de recordações passadas.

Onde estou?

Por onde vou, ou quero ir?

Se é que quero!

Ó, fracas são as forças deste sonambulismo anestesiante.

Fraquejo no presente porque o passado me corrói.

Estranho bailado este, onde estou sempre em contradança comigo mesmo.

O relógio vai marcando a caducidade dos dias.

O sol melancólico, apresenta-se envolto numa névoa de desalento.

A cartilha destas linhas desalinhadas reflectem o caudal de um rio esmagado pelas margens.

Esgrimo argumentos desabotoados por fragmentos de histórias, que perpetuam no tempo.

Vivo o presente, sustentado pelo ópio do passado a quem imploro intemporalidade.

Resta-me resignar as mãos de capítulos transportados no regaço da monção que me sacia.

A fonte de quimeras do ontem, rubricam as páginas do presente, tornando o futuro uma incógnita sem prazo nem idade.

 

DIOGO_MAR

1 comentário:

  1. Em contramão... será sempre a atitude certa de quem está disposto a ir ao encontro da vida... e das suas incertezas... e a não ser derrubado por ela...
    Mais uma belíssima inspiração, Diogo! Parabéns!
    Beijinho!
    Ana

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