Eis chegados ao Natal!
Eu disse Natal?
Ups! Desculpem-me.
Não, desenganem-se isto não tem rigorosamente nada a ver com
o Natal.
Fizeram abusivamente desta época uma verdadeira montra de
consumismo cego e desenfreado.
Não, isto não é Natal!
Compra-se o que se pode e o que não se pode, nada que os
cartões de crédito mais as prestações não resolvam, depois logo se vê.
Não, isto não é Natal!
Afogam-se as crianças e os adolescentes num oceano de
materialismo, porque lhes foi incutido o facilitismo em realizar os seus
caprichos.
Eu quero, eu tenho.
Não, isto não é Natal!
Compra-se não porque se precisa, mas sim porque o vizinho, o
colega ou o amigo também tem.
Logo urge a necessidade suprema em fazer ver que também tem
igual, ou de preferência melhor.
Falam mais alto os complexos de inferioridade e de afronta.
Não, isto não é Natal!
É chique exibir novas roupas, carteiras e Calçado, quando
logo após as festas se pode comprar com 50% de desconto, ou até mais.
Mas a gula da excentricidade, diz que é vital pavonearem-se
perante os outros logo no dia de Natal.
Não, isto não é Natal!
Adquirem aparelhos de topo, dotados de tecnologia de ponta, quando
nem metade das funcionalidades sabem usufruir.
Não, isto não é Natal!
Basta terem uma folga financeira, para subirem a quota do
valor das prendas, porque na troca das mesmas também entra em avaliação o seu
custo.
Quem deu mais e melhor?
Grande hipocrisia.
Não, isto não é Natal!
Depois somos inundados por iniciativas de charme, onde todos
querem aparecer, meras ações de cosmética de solidariedade hipócrita e
bolorenta, que só serve para alguns figurões colherem dividendos, assumindo-se
como cabeça de cartaz nas capas de revistas e nos deploráveis programas de televisão
onde surgem na passerelle de pseudo-famosos, embrulhados em Natal, com os laços
da banalidade, futilidade, de seres inócuos.
Não, isto não é Natal!
Reduziram o Natal a um amontoado de caixas e papeis reluzentes
de materialismo podre e vorás.
Deviam-se envergonhar pela triste e deplorável herança que
vão passando, embriagando as mentes com o supérfluo, em detrimento dos
verdadeiros valores, que devem pontificar sempre, mas com mais afinque nesta
quadra Natalícia.
Não, isto não é Natal!
No dia em que descobrires a verdadeira essência do Natal, despojado
de materialismo, encarnando no puro e altruísta espirito Natalício, humilde,
solidário, simples e humano, vais certamente, viver e fazer Natal.
Feliz Natal e um Próspero 2018
DIOGO_MAR